Luiz Gonzaga, através das suas inúmeras composições, veiculou uma representação da natureza brasileira, mais especificamente da nordestina, que revelou uma
sensibilidade para com o meio ambiente, por estar ligada a suas memórias e raízes nordestinas. É o que podemos observar na música abaixo;
Riacho do Navio
Luiz Gonzaga – Zé Dantas
Riacho do Navio
Corre pro Pajeú
O rio Pajeú
Vai despejar no São Francisco
O rio São Francisco
Vai bater no meio do mar
Ai. Se eu fosse um peixe
Ao contrário do rio
Nadava contra as águas
E nesse desafio
Saía lá do mar
Pro riacho do Navio
Eu ia direitinho
Pro riacho do Navio
Pra ver o meu brejinho
Fazer umas caçadas
Ver as pegas do boi
Andar na vaquejada
Dormir ao som do chocaio
E acordar com a passarada
Sem rádio e sem notícia
Das terras civilizada
Riacho do Navio, Riacho do Navio,
Riacho do Navio,
Tando lá num sinto frio
O discurso imagético da letra acima, além de cantar os acidentes geográficos da região nordeste (
rio Pajeúrio São Francisco) revela-nos o desencanto do nordestino frente à migração e o contato social com uma realidade estranha a sua (sem rádio[...]terra civilizada), o que provoca um sentimento de saudade e de vontade de retornar à sua terra natal, ao seu
brejinho, dormir ao som do chocaio, acordar com a passarada...
Assim, a identidade cultural do Nordeste e de seu povo se entrelaça com a vida e a obra de Luiz Gonzaga, que sempre valorizou sua região e tudo aquilo que podia ser identificado com ela e com o que é ser um nordestino. Foram canções repletas de saudosismos da terra natal como
Qui nem jiló Saudade o meu remédio é cantar...
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